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Cancro da mama: fatores de risco e diagnóstico

O cancro da mama é o tumor maligno mais frequente e a principal causa de morte na população feminina em Portugal.

Embora a mortalidade tenha diminuído nos últimos anos graças aos programas de rastreio e à melhoria dos tratamentos, continua a ser um problema de saúde importante, tanto devido à sua elevada incidência e mortalidade como às suas repercussões físicas, psicológicas e económicas na população.

Fatores de risco

São descritos a seguir os principais fatores de risco do cancro da mama2:

  • Sexo feminino. É o principal fator de risco, uma vez que a incidência do cancro da mama é 100 vezes superior nas mulheres do que nos homens.
  • Raça e idade. As mulheres caucasianas têm maior probabilidade de desenvolver cancro da mama. O risco também aumenta com a idade. O pico de incidência máxima ocorre entre os 50-70 anos nos países desenvolvidos.
  • Peso, gordura corporal e densidade mamária. A obesidade aumenta o risco de cancro da mama pós-menopausa.
  • Histórico de cancro da mama. É um fator de risco apresentar antecedentes pessoais de cancro da mama ou de carcinoma ductal in situ, antecedentes familiares de cancro da mama ou mutações genéticas hereditárias, entre as quais a mais conhecida é a mutação do gene BRCA.
  • Fatores hormonais.  Níveis de estrogénios, androgénios, terapia de substituição hormonal (TSH), contracetivos orais (COC), menarca precoce e menopausa tardia.
  • Estilo de vida. Nível de atividade física, álcool, tabaco, dieta
  • Fatores ambientais.

Tipos mais comuns de cancro da mama

A mama é constituída por três partes principais: lóbulos (glândulas que produzem leite), ductos (que transportam o leite para o mamilo) e tecido conjuntivo (constituído por tecido adiposo e tecido fibroso) que suporta e rodeia todas as partes da mama.

Os cancros da mama podem começar em qualquer parte da mama, mas a maioria dos cancros inicia-se nos lóbulos ou nos ductos, que são os tipos mais comuns de cancro da mama:

  • Carcinoma lobular invasivo: as células cancerígenas propagam-se dos lóbulos para os tecidos mamários próximos e podem também disseminar-se para outras partes do corpo.
  • Carcinoma ductal invasivo: as células cancerígenas multiplicam-se fora dos ductos e invadem outras partes da mama. Estas células cancerígenas podem
    também espalhar-se para outras partes do corpo e gerar focos metastáticos.

Diagnóstico e etapas do cancro da mama

Quando há suspeita de cancro da mama, quer por exame físico quer por mamografia de rotina, inicia-se o estudo para confirmar ou excluir a suspeita. Numa primeira fase, realizam-se exames de imagem para orientar o diagnóstico, mas a confirmação do cancro da mama deve ser feita através de biópsia.

Por outro lado, é também necessário estadiar o cancro da mama de acordo com o sistema TNM do  American Joint Committee on Cancer (AJCC), que utiliza 7 critérios como fatores prognóstico:.

  • A extensão (tamanho) do tumor (T)
  • A propagação para os gânglios linfáticos adjacentes (N)
  • A propagação (metástase) para locais distantes (M)
  • Estado do recetor de estrogénio (ER)
  • Estado do recetor de progesterona (PR)
  • Estado de Her2
  • Grau do cancro (G)

Uma das questões a ser estudada é o estado dos gânglios linfáticos axilares como o fator prognóstico mais poderoso no cancro da mama, tanto para a sobrevivência global como para a sobrevivência livre de doença3,4.

O estudo do gânglio linfático sentinela é, portanto, um dos aspetos mais importantes a avaliar, assim como o número de gânglios linfáticos não sentinela metastáticos e a determinação da carga tumoral total (TTL, do inglês Total Tumor Load).

A TTL define-se como a soma do número de cópias de mRNA de CK19 detetadas em cada gânglio sentinela examinado e expressado como cópias/µ de CK19 através da técnica de amplificação de ácido nucleico numa única etapa (OSNA)5.

Tal como a OSNA permitiu um melhor estadiamento ganglionar, novas técnicas moleculares, como MammaTyper®, permitem determinar o subtipo molecular do tumor de forma normalizada, aperfeiçoando, assim, o algoritmo diagnóstico e prognóstico do cancro da mama. Os perfis de expressão genética definiram basicamente 4 subtipos diferentes de tumores a nível molecular: luminal A, luminal B, HER2 e triplo negativo.

A análise exaustiva de todos estes fatores evita linfadenectomias desnecessárias, o subdiagnóstico e o subestadiamento, bem como a seleção do tratamento ideal para cada tipo de paciente, desde o tratamento local (cirurgia e radioterapia) até ao tratamento sistémico (quimioterapia e hormonoterapia).

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